Retomada

O “Diário do meu Fogão” esteve sem atualização desde julho de 2010. A razão? A pior de todas: Andiara, a nossa guru, foi bater papo com os anjos, foi melhorar o cardápio do Paraíso. Durante a internação, seu filho mandou o seu prato preferido o concurso “Sua Receita” do Portal Oba. A Andiara jamais ficou sabendo, mas o seu Klops Familiar foi uma das 50 selecionadas e publicadas em um elegante livro. Mas a surpresa não acaba ai. A renda da venda do livro irá para o Hospital Boldrini de câncer infantil. Para nós a mensagem não poderia ser mais clara: O Fogão não apagou, o Diário deve continuar. Temos certeza de que a Andiara, lá em cima, irá gostar.


"Não existe maior prazer do que os prazeres da mesa" - George Bernard Shaw


quarta-feira, 21 de abril de 2010

Moqueca de Siri Mole

Dia 19/04 último participei do Ciclo “Entre Estantes & Panelas”, do mestre Alex Atala e Carlos Alberto Dória. Foram palestrantes: André Theiss (Siri Mole), Annete Heuser (Ervas frescas e minilegumes), José Francisco Ruzene (Arroz preto e Vermelho) e Ricardo Carvalho de Oliveira (Palmito Pupunha); profissionais que pesquisam, produzem e fornecem produtos diferenciados para nichos de mercado na Gastronomia. Cada um deles, seus produtos e receitas, serão objeto de maior consideração neste blog.

“Ai está esse prato fino, requintado, da melhor cozinha. 
Quem o  fizer pode gabar-se com razão de ser cozinheira de mão-cheia. 
Mas se não tiver competência é melhor não se meter. 
Nem todo mundo nasce artista do fogão”.
Dona Flor nas suas aulas na Escola de Culinária “Sabor e Arte”.

Dona Flor, a fascinante personagem de Jorge Amado, mestra quituteira divide seus talentos e sensualidade entre o fogão e dois maridos. Dois maridos é motivação bastante para o crescimento de uma boa esposa-cozinheira. A Moqueca de Siri Mole, era a preferida de Vadinho, seu finado, descarado e onipresente marido. O Siri Mole de pesca in natura já faz parte da cultura gastronômica do Nordeste. O momento de transição em que o crustáceo troca de casca, torna-o iguaria pratica e inesquecível. Para alegria dos gourmets e dos restauranteurs, a Blueshell vem pesquisando e criando em cativeiro, com grande sucesso o Siri Mole. Só não sei se, em Santa Catarina, será o da Dona Flor ou da Anita Garibaldi. Abaixo transcrevo a receita da Dona Flor segundo Jorge Amado.

Moqueca de Siri Mole
Ingredientes:
1 xícara de leite de coco, puro, sem água;
1 xícara de azeite de dendê;
1 quilo de siri mole.
Para o môlho:
3 dentes de alho;
Sal ao gôsto;
Suco de 1 limão;
Coentro, salsa e cebolinha verde;
2 cebolas;
½ xícara de azeite doce;
1 pimentão;
½ quilo de tomates.
Complemento:
4 tomates;
1 cebola;
1 pimentão.
Preparo:
1. Rale e amasse no pilão 2 cebolas; 2. Pique o coentro bem picado, a salsa, alguns tomates, a cebolinha e meio pimentão. 3. Misture tudo em azeite doce e e reserve parte ponham deste molho; 4. Lave com rigor em água de limão, os siris inteiros para tirar as sujeirinhas sem lhes tirar de todo a maresia. 5. Tempere um a um mergulhando no molho, e transpondo para uma na frigideira. Para preservar a delicadeza do prato Espalhe por cima, bem devagar o resto do molho; 6. tome 4 tomates escolhidos, 1 pimentão, 1 cebola, tudo por cima e em rodelas coloquem para dar um toque de beleza. 7. Deixe abafado por duas horas para tomar gosto; então Leve a frigideira ao fogo; 8. Só quando estiver quase cozido junte o leite de coco e, no finzinho, pouco antes de tirar do fogo pouco antes de tirar do fogo acrescente o azeite de dendê.
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Convide Vadinho, Doutor Theodoro Madureira, Pedro Arcanjo, Camafeu de Oxossi, o Capitão Vasco Moscoso de Aragão, Teresa Batista, Tieta e quantos mais personagens de Jorge você conheça. Reserve uma cachacinha para Quincas Berro d’Água.
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